Saberes ancestrais moldam a economia do futuro
Territórios criativos inspiram um novo desenvolvimento
Território Criativo dá o tom do segundo dia de Painéis Temáticos da Expo Favela Innovation Amapá 2025
O último dia da Expo Favela Innovation Amapá 2025, que acontece até às 21h, no Sebrae, pulsou mais forte com o painel “Território Criativo – Quilombos, aldeias e comunidades tradicionais criando a economia do futuro”. A roda de conversa, que abriu a programação deste domingo (17), mostrou que os saberes ancestrais não apenas resistem, mas seguem como base sólida para construir uma nova economia — sustentável, diversa e profundamente conectada às raízes amazônicas.
Sob a mediação da gestora cultural e marabaxeira July Costa Nazaré, o debate reuniu vozes potentes de mulheres que representam o presente e o futuro de suas comunidades. Dona Marciana, louceira tradicional quilombola, emocionou ao compartilhar sua trajetória de vida dedicada a moldar o barro e, com ele, a história de seu povo. Cada peça de sua arte carrega a força de gerações, provando que tradição também é tecnologia social e motor de desenvolvimento.
A multiartista e produtora cultural Tairene Karipuna trouxe a voz da juventude indígena, destacando o papel da cultura como ferramenta de luta e de inovação. Gerente do Empório Uasei, ela lembrou que o consumo consciente pode fortalecer territórios, gerar renda e reafirmar identidades. “Investir em cultura é investir em futuro. O que sai das nossas mãos é mais do que arte, é resistência e sobrevivência”, destacou.
Já a líder comunitária e ambientalista Vanda Pororoca conectou a bioeconomia ao cotidiano das comunidades amazônicas. À frente do projeto Amazôn Pororoca, ela mostrou como é possível unir sustentabilidade e empreendedorismo, transformando práticas ancestrais em alternativas econômicas viáveis. Para ela, valorizar a floresta em pé é mais do que um discurso, é um caminho real para garantir dignidade e prosperidade às populações locais.
Entre histórias, afetos e reflexões, o painel provou que o futuro da economia nasce do encontro entre tradição e inovação. Quilombos, aldeias e comunidades tradicionais não estão à margem: são protagonistas de um novo modelo de desenvolvimento, onde cultura, território e sustentabilidade se entrelaçam como parte da mesma teia.
Na Expo Favela Innovation Amapá 2025, a mensagem ecoou clara: empoderar esses territórios é fortalecer o Brasil que brota das periferias, da floresta e da diversidade — um Brasil que, com sabedoria ancestral, já desenha a economia de amanhã.