17 de ago. de 2025

Educação como motor da revolução econômica nas favelas

Painel temático reúne especialistas para tratar sobre o tema

confira como foi o segundo painel do domingo da Expo favela Innovation Amapá 2025  

Educação como motor da revolução econômica nas favelas

Na Expo Favela Innovation Amapá 2025, um dos momentos mais esperados aconteceu com o painel “Educação como Base para a Revolução Econômica das Favelas”, que trouxe à cena a força transformadora do conhecimento. Mais do que um debate acadêmico, foi um chamado para enxergar a educação como chave de autonomia, inovação e futuro para as comunidades.

O encontro reuniu nomes que simbolizam, cada um à sua maneira, a potência da formação de qualidade. Kátia Paulino, reitora da Universidade do Estado do Amapá (UEAP), destacou como a educação superior é capaz de alterar realidades inteiras e de criar políticas públicas que não ficam no papel, mas chegam, de fato, até as pessoas. Para ela, universidades precisam estar conectadas com a vida, com os sonhos e com a energia da juventude que emerge das periferias.

Na mesma direção, Neusa Olivia Lima, professora e especialista em linguagens e cinema, trouxe a importância da educação básica como ponto de partida para novas histórias. Idealizadora do Festival Curta o Curta, ela mostrou como a arte e o cinema podem revelar talentos e dar voz às juventudes da favela, abrindo espaço para a criatividade como motor de transformação.

Com olhar voltado para ciência e tecnologia, Fernanda Smith, vice-diretora do DCET/UNIFAP, lembrou que a revolução também se faz na engenharia, na inteligência artificial e nas novas fronteiras do conhecimento. À frente de projetos como “Mulheres na Engenharia”, ela tem inspirado meninas e jovens a ocuparem espaços que historicamente lhes foram negados, mostrando que inovação tem gênero, cor e território.

A mediação foi conduzida por Josivan Bracho, fundador da Raízes da Amazônia, que trouxe para o centro da roda a experiência de quem alia educação, empreendedorismo e bioeconomia. Sua trajetória mostrou que é possível construir negócios sustentáveis sem perder de vista a identidade cultural, transformando saberes tradicionais em soluções de impacto.

Mais do que reflexões, o painel deixou uma certeza: a revolução econômica das favelas passa pela sala de aula, pelos laboratórios, pelas oficinas de cinema, pelas rodas de conversa e pelos sonhos dos jovens que ousam acreditar. Quando a educação se conecta com os talentos e necessidades das comunidades, ela não só abre portas — ela cria novos caminhos.