'Amapá se firma como celeiro de grandes negócios no Brasil'
Diz, sócia-diretora da Escola de Negócios da Favela
“Empreendedores do Amapá, se enxerguem como potência”, diz Cleo Santana, da Escola de Negócios da Favela
No segundo dia da Expo Favela Innovation Amapá 2025, os olhares se voltaram não apenas para os produtos e ideias expostas, mas também para a mensagem de quem entende, na prática, o valor de acreditar em si mesmo. A sócia-diretora da Escola de Negócios da Favela, Cléo Santana, uma das avaliadoras responsáveis por selecionar os cinco empreendedores que representarão o Amapá na etapa nacional, em São Paulo, emocionou o público com um recado simples, mas poderoso: “se entendam como empreendedores, porque vocês já são”.
Cléo contou que, minutos antes de subir ao palco, conversou com uma jovem que levou seus produtos para mostrar, mas que não se inscreveu no evento por “não se sentir pronta”. A resposta da avaliadora foi direta: “é justamente aqui que você precisa estar para ficar cada dia mais pronta. É nesse espaço que você encontra parceiros, conhece oportunidades e melhora o seu produto”.

Para ela, um dos grandes desafios é romper a autocrítica excessiva que muitas vezes impede os empreendedores de se reconhecerem como empresários. “Às vezes estamos tão mergulhados na nossa própria bolha que não enxergamos a potência do que temos em mãos. Um negócio que aqui parece comum, em São Paulo pode ser algo totalmente novo e inovador”, destacou.

O orgulho em ver o Amapá brilhar também foi tema do seu discurso. Cléo lembrou que o estado já conquistou lugar de destaque no cenário nacional: em 2023, com o título de Michael Carvalho, da Mazodan, e em 2024, com o vice-campeonato de Úrsula Ariel, da startup Noun, além do reconhecimento de Vanda Pororoca, da Amazoon Pororoca entre as cinco melhores do Brasil. “São dois anos seguidos com o Amapá no top 10 nacional. Isso mostra que esse território é um celeiro de grandes negócios”, reforçou.
Com brilho nos olhos, ela também fez questão de enaltecer a força da região Norte. “Muita gente no próprio Brasil ainda não conhece a Amazônia, o Norte, as favelas daqui. Mas esse território pulsa inovação, cultura e criatividade. O potencial é imenso, e precisa ser visto, reconhecido e valorizado”.
A mensagem de Cléo ecoou pelo salão como um convite ao autovalor: olhar com carinho para o que se faz, acreditar no próprio trabalho e entender que os negócios da favela são, sim, grandes negócios.